O que é suspensão inerte NR 35: Características e Sintomas

suspensão inerte

Você sabia que mesmo usando dispositivo de segurança no trabalho em altura você ainda corre risco de vida? Usar o EPI adequado para o trabalho em altura é proteger sua integridade física. O cinto, por exemplo, retém a queda e te deixa suspenso, sem cair no chão. Mas ao ficar suspenso seu corpo começa a entrar em um processo de Síndrome de Suspensão Inerte (SSI). Você sabe o que é suspensão inerte? 

Acompanhe o artigo até o fim e aprenda a identificar os sintomas e características.

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O que é síndrome da suspensão inerte?

O Sistema de Proteção Individual Contra Queda é a última medida de controle para o trabalho em altura. O cinto de segurança tipo paraquedista, a ancoragem, e o elemento de ligação, dão ao trabalhador a segurança de, em caso de queda, não fique estirado no chão. Isso porque o cinto retém a queda no momento que ela acontece.

Suspenso no ar, o trabalhador não consegue se movimentar. Além disso, a pressão das fitas do Cinto contra o corpo do trabalhador interfere seriamente no sistema circulatório. Em poucos minutos ele pode vir a óbito. 

Desde a década de 70 essa síndrome vem sendo avaliada por médicos e pesquisadores. O caso veio à discussão a partir de um relatório austríaco sobre a morte de 10 alpinistas, que ficaram suspensos entre 30 minutos e 8 horas por uma corda. 

Mais tarde, outros estudos apontaram que os membros inferiores são responsáveis por 20% do volume circulatório. Em uma suspensão inerte, o volume de sangue que deveria circular fica retido. Esse quadro pode levar a pessoa rapidamente a inconsciência. 

Além disso, o estrangulamento que as fitas causam pode provocar inchaço e liberar toxinas que levam à trombose venosa, insuficiência renal e embolia pulmonar. Isso acontece porque o sistema circulatório entra em colapso. 

Quais os sintomas da síndrome 

  • Palpitações
  • Tontura
  • Dor de cabeça
  • Náusea
  • Perda de visão 
  • Suor
  • Dormência nas pernas
  • Hipotermia 
  • Desmaio

 

A progressão dos sintomas pode levar o trabalhador a morte entre 5 a 8 minutos. Mas cada organismo responde de uma forma diferente. A partir dos 5 minutos de suspensão os primeiros sintomas começam a aparecer. As condições físicas do trabalhador também podem interferir no tempo e nos danos da síndrome. 

Infelizmente, ainda não temos EPIs que impeçam que a síndrome aconteça. 

A importância dos primeiros socorros no resgate a vítima suspensa

Todo trabalho em altura deve ser regulamentado pela norma regulamentadora NR35. 40% dos acidentes de trabalho no Brasil tem relação com queda. Estar exposto a um risco tão sério exige um planejamento sistemático. Foi pensando nisso que o Ministério do Trabalho aprovou a NR35 em março de 2012.

A norma define o trabalho em altura como todo trabalho feito acima de dois metros da base, e que tenha risco de queda. O objetivo é estabelecer as condições mínimas para que o trabalho em altura seja feito com segurança. Para isso, a norma orienta um planejamento antes de começar qualquer atividade. 

A análise de risco é a ferramenta que a norma estabelece para identificar os possíveis riscos e organizar as medidas de prevenção e correção. Dentro dessas medidas, organizar um procedimento para resposta à emergência é a solução para reduzir o tempo de suspensão inerte. Dessa forma, o trabalhador não fica tanto tempo exposto aos sintomas da síndrome.

estrutura para trabalho em altura

 

Mas ter agilidade e rapidez no socorro não depende apenas de força de vontade. Todo procedimento em resposta às emergências do trabalho em altura deve ser feito com treinamento e capacitação. 

A norma determina que o conteúdo programático do treinamento NR35 tenha um tópico para os procedimentos em situações de emergência, resgate e primeiros socorros. 

O treinamento deve durar, no mínimo, 8 horas, sob a supervisão técnica de um profissional habilitado em segurança do trabalho. No curso também o colaborador conhece as exigências legais, medidas de prevenção e correção de riscos, e o uso dos Equipamentos de Proteção Individual.

 

Como resgatar uma vítima da síndrome de suspensão inerte?

Primeiros socorros NR 35

 

Os primeiros 10 minutos são cruciais para a sobrevivência da vítima de suspensão inerte. Se o auto resgate não for possível, o primeiro passo é acionar a equipe de resgate. 

A NR 35 determina que toda empresa que tenha atividades em altura deve ter uma equipe preparada para o resgate rápido. Além de assegurar os recursos necessários para que a equipe faça o resgate. 

 

Quais os principais procedimentos de resgate? 

  • Desfaça as tiras do cinto
  • Massageie as pernas para bombear o sangue e diminuir a retenção venosa
  • Posicione a vítima deitada de barriga para cima 
  • Em caso de lesão, use a prancha de resgate ou colar cervical
  • Caso a vítima esteja inconsciente, faça uma abertura nas vias respiratórias
  • Verifique os sinais vitais 

Todos esses procedimentos devem fazer parte do Programa de Gerenciamento de Riscos; um conjunto de instruções técnicas com o objetivo de avaliar os riscos do ambiente de trabalho e tomar medidas de prevenção. Planejar as ações é o caminho para um trabalho seguro.

Sobre o autor:
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Marlon Pascoal Pinto

Instrutor de Normas Regulamentadoras Engenheiro Eletricista/Segurança do Trabalho Crea: 172.438/D MG

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